ESTATÍSTICA DIÁRIA

ADMIRADORES DAS IDEIAS

domingo, 25 de novembro de 2012

CARTA A UMA POETISA






Natal, 30 de junho de 2012.
Prezada poetisa,
T. L.

Banzoções!

Começo por negar qualquer possibilidade de me afirmar poeta, posto que a minha identidade possa realmente está nas palavras que profiro ou silencio, porque tu és poetisa e sei que não só entendes, mas sentes; haja vista, tu bebes na mesma fonte por teres como ofício o amor pelas palavras. Não há acaso quando todos os caminhos convergem para o mesmo ponto em nome da arte; assim como não há fronteiras quando a literatura serve-se de passaporte para transcender os mais longínquos lugares que só a arte pode indicar. Digo isto T. L., por a vez primeira, que te encontrei não eras tu docente, mas poetisa em meio um monte de jovens, diga-se de passagem, graduandos que se deleitavam das palavras como poetas livres a passarinhar de liberdade e de prazer num universo infindo de vivências, que me fez refletir os tempos idos da década de noventa, quando ainda na Universidade (UFRN), cursando Letras, sonhava por um ensejo como aquele do CON-VERSA com PROSA, na Casa da Ribeira; e, a forma pela qual foi conduzido o sarau poético me levou a fazer uma intervenção repentina, certamente, levado pela sedução do momento; percebi que havias tomado um comportamento digno de poeta nas ações, nas palavras desestruturantes da primeira ideia drummondiana (declamando o teu poema paródia de QUADRILHA); assim como no ato de servir água, ali, para os presentes, certamente numa atitude bem franciscana (cristã, nordestina, maranhense) ou como digo numa máxima que criei: AQUELE QUE QUER SERVIR; É PRECISO VIR A SER; e como tu mesma dizes é preciso que saiamos do pedestal para quebrar o distanciamento entre docente e discente para que este se sinta seguro com a nova realidade acadêmica ou qualquer outra.
Ante todo esse contexto não me atinei por nenhum instante sequer que tu, poetisa T. L., serias a ministrante da disciplina: POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA, da Especialização que estava a fazer, quando certamente na profundidade latente do meu afã, tudo direcionava para essa realidade, e assim foi uma satisfação arrebatadora vê-la quebrando toda a lógica de mestra, docente ou professora, porque para mim e para muitos dos meus colegas, a todo o momento te fizeste poetisa marginal por te fazeres popular (junto a nós) e por ficares à margem da sala tradicional onde tudo começou (H4), ou seja, todos os encontros que tivemos contigo foram em salas diferentes e mais uma vez tu te mostras distinta nos apresentando uma forma poética de viver a vida, posto que literatura é vida, e a vida sem literatura é insossa, porém há quem viva uma vida sem sal, fazer o quê?  Portanto, não me foi nenhuma surpresa porque já te conhecia poeta em Drummond e agora em tantos outros que nos trouxeste à luz dos nossos saberes, mormente, os chamados poetas marginais, malditos, da década de setenta, estes que poeticamente foram beber nas fontes românticas e modernistas tendo suas identidades nas palavras, assim como diz, Oliveira Silveira no poema A PALAVRA NA PRAÇA: “A Palavra passei, toma sol, Lê jornal e engraxa os sapatos. Que sapatos?...” Como também Chacal que diz: “É proibido pisar na grama; o jeito é deitar e rolar”, Mário Quintana, Itamar Assunção, Ana Cristina Cesar, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto, Waly Salomão ou como o sociólogo Garcia Canclini que diz: “O popular é excluído”; porém, diante essa mesma exclusão já não existe mais tempo para revoluções, para marginalidade, para radicalismos extremos (costumo dizer que todo radicalismo é suicida, assim como foi a ditadura militar, o comunismo, e as vitórias do Flamengo), pois vivemos os tempos das incertezas, do pessimismo,  do paradoxo, da produção em série, da pirataria, dos descartáveis; o urbano virou rural e este, urbano; os shoppings viraram referência universal, pois está em Natal ou Nova Iorque não mais faz diferença alguma;  no século XX o gênero do texto entra em crise, a contemporaneidade, não define bem o estilo, não se nomeia; o mundo contemporâneo se dá de forma híbrida, sente-se saudade do agora porque tudo passa muito rápido, as coisas são muito mais virtuais do que reais, tem-se problemas imaginários, tais como síndrome do pânico, depressão,  estresse, onde o ter carro, celular, status, dinheiro vale mais do que ser honesto, justo, humilde; quando, ao invés de se Ter amor, sabedoria, humildade, se tem corrupção, insensatez e crueldade, e “assim caminha a humanidade”, e a sociologia não mais comporta a vida porque a Vida se justifica por ela mesma em nome da Literatura, da arte.
Amiga minha T. L., redijo-te estas linhas no intento de te dizer que assim como Platão foi antes poeta para que se fizesse filósofo e Nietzsche filósofo, sendo poeta; tu, assim como ambos, já nasceste poeta, por isso és uma excelente professora que encanta a todos nós com a tua forma desprendida de conduzir as tuas “aulas” num hibridismo (docente\poeta) interativamente gostoso de viver.
Poderia me alongar por demais nesta missiva, por ter sido um estilo de escrita que me levou a ser o que sou hoje, enquanto identidade no logos, quando residi em Sampa por dez anos, onde até então guardo comigo 500 delas (cartas), não como belas lembranças apenas, mas acima de tudo como signo de que a minha mutação é constante por força da palavra. Por isso, encerro esta por aqui lhe parabenizando pelos cinco belíssimos encontros que nos proporcionaste em POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA no curso de Especialização em Literatura Brasileira.

Abraços filopoéticos!

domingo, 11 de novembro de 2012

ANÁLISE DO POEMA: AUTOPSICOGRAFIA DE FERNANDO PESSOA


 El Pensamor


AUTOPSICOGRAFIA – Fernando Pessoa

*Maurício Cardoso Garcia

“Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.”

(Poema Isto – Fernando Pessoa) [1]

O FINGIMENTO COMO UMA NECESSIDADE INEXORÁVEL DO SER

Sabendo-se que o poema Autopsicografia do poeta português, Fernando Pessoa, trata-se de um de seus textos poéticos mais conhecidos, lidos e estudados, o qual, tem sido quase sempre objeto de pesquisa acadêmica, onde muitas vezes discentes sedentos estão a perscrutar sempre algo mais sobre o poema, ainda assim, não se descarta a possibilidade de se refutar sobre o mesmo para se buscar fazer novas leituras investigativas, isto é, uma análise interpretativa conforme quase toda obra sempre suscita.
Em particular, debruço-me também agora sobre o referido texto poético para buscar perceber algo mais do já que foi dito; Oxalá, que o esforço de minha ousada inteligência venha realmente desvendar o filão contido no texto, certamente, já desvendados entre tantos pesquisadores, em outrora, porém o meu intento é o inusitado que ainda se encontra latente na obra.

Com base nos textos de sala, na Disciplina: Teoria do Texto Poético, do Professor Antonio Medeiros, e na Gênese dos Heterônimos do próprio Fernando Pessoa, desprendidamente e sem me prender à fórmula pronta, deixo-me envolver pelo poema Autopsicografia pessoano, e assim, percebo o que o poema nas suas filigranas pode me oferecer de mais precioso e essencial; então, passo a discorrer sobre o que a própria intitulação (Autopsicografia) do poema sugere. Antes, porém, faço uma breve análise da estrutura do poema, em seguida, debruço-me para uma análise do poema buscando ver a representação descritiva da alma que o poeta faz sobre si mesmo, ou seja, do seu  ortônimo e  através dos seus heterônimos no que tange o fingimento e a descrição da sua alma que é o tema que envolve o texto poético. 

AUTOPSICOGRAFIA [2]

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve
Mas a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de cordas
Que se chama coração.

O poema acima, Autopsicografia, trata-se de uma redondilha maior, ou seja, em sete sílabas poéticas, heptassílabo. Vejamos alguns dados a mais sobre a redondilha:

“Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI, aos versos de cinco ou sete sílabas - a chamada medida velha. Aos de cinco sílabas dá-se o nome de redondilha menor e aos de sete sílabas, de redondilha maior. A redondilha foi muito utilizada pelos poetas do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende e por Camões [3]

E segue esquema de rimas alternadas ou cruzadas, apresentando uma certa irregularidade nos versos 1º e 3º da última estrofe (ABAB); (ABAB); (ABAB) nas três redondilhas maiores (estrofes de quatro versos ou quarteto), num total de três estofes, somando 12 versos. A primeira redondilha que se caracteriza principalmente como um paradoxo e uma ironia em torno do fingimento do autor-poeta e poeta-autor, que se apresenta como uma espécie de metapoeta, ele infere na palavra FINGIDOR (substantivo) o próprio sentimento que será revelado logo em seguida; ou seja, se numa atitude lúdica de observador analítico nós separarmos o vocábulo FINGI – DOR, veremos claramente isso. Certamente, o poeta criador de ideias e de sentimentos de si mesmo, emanado de sua imaginação criativa, se entretém nesse jogo, quando no terceiro verso diz: ... FINGIR (que é) DOR, praticamente parece repetir o mesmo substantivo (fingidor) do primeiro verso de maneira intencional e brincalhona, já que nos parece que seja isso mesmo o seu intento percebido no decurso do poema. Onde foneticamente não se consegue discernir FINGI-DOR de FINGIR DOR, Percebem.

Autopsicografia, significa dizer auto - grego autós, -ê, -ó, eu mesmo, ele mesmo, mesmo; pref. Exprime a noção de próprio, de si próprio, por si próprio. psicografia s. f.1. História ou descrição da alma. Em síntese, podemos dizer que autopsicografia trata-se de uma pessoa, que aqui é o poeta Fernando Pessoa, por si próprio fazendo a descrição histórica da sua própria alma, como se estivesse a fotografar a sua essência mais profunda, como ele mesmo diz:
Médium, assim, de mim mesmo todavia subsisto. Sou, porém, me­nos real que os outros, menos coeso (?), menos pessoal, eminentemente influenciável por eles todos. [4]
Autopsicografia, pode-se dizer que é um poema que essencialmente reflete o real poético criativo da pessoa de Pessoa em várias pessoas, ou seja, a pluralidade de si em seus heterônimos, tais como Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Chevalíer de Pas, entre outros. Um tipo de reflexo sem a realidade refletida dos espelhos, posto que estes, nem sempre revelam o real sentido da imagem, mas sempre uma imagem invertida do real e/ou muitas vezes distorcidas de essa realidade que se busca e tanto se quer, mas que se não é possível. No entanto, parece-nos que através de o recurso poético do Eu lírico pessoano, o poema Autopsicografia, retrata de maneira sutil o reflexo de o próprio ser do poeta de forma representativa mais que real, porque é sentido no âmago do poeta, ou seja, da pessoa de Fernando desde a sua tenra infância, quando ele, em carta a Adolfo Casais Monteiro trata sobre a gênese dos seus heterônimos:
Tive sempre, desde criança, a necessidade de aumentar o mundo com personalidades fictícias, sonhos meus rigorosamente construí­dos, visionados com clareza fotográfica, compreendidos .por dentro das suas almas. Não tinha eu mais que cinco anos, e, criança isola­da e não desejando senão assim estar, já me acompanhavam algu­mas figuras de meu sonho — um capitão Thibeaut, um Chevalier de Pas — e outros que já me esqueceram, e cujo esquecimento, como a imperfeita lembrança daqueles - é uma das grandes sauda­des da minha vida. [5]

Isto é, como uma necessidade quase compulsiva ou histérica, como ele mesmo fala de representação constante, posto que o mundo que o cerca parece não lhe ser suficiente para dar as respostas que tanto buscava sentir.
Percebe-se no poema uma espécie do Eu de Si Mesmo que Pessoa sente-se no afã de nomear para que seu intento seja bem dito, pois que se não for nomeado pode se correr o risco de não ser bem representado ou se tornar mera repetição de tudo que já existe, o EU que pulsa para dizer algo mais do que o próprio EU da pessoa de Pessoa.
No verso “O poeta é um fingidor” à primeira vista, chega a soar mal, a ponto de se ver o poeta num nível de rejeição cruel; digamos, o poeta é elevado a uma espécie de mentiroso, de gente vã, medíocre, sem categoria nenhuma; ou melhor, à categoria na qual todo artista praticamente é levado, à de marginal. Porém, no desenrolar do poema a ideia vai se formando e tomando corpo onde o poeta fala de si mesmo (ou seja, Fernando Pessoa, poeta, fala do poeta como sendo uma espécie de metapoeta ou de metapoesia, que ele mesmo denomina de Autopsicografia).
No segundo verso, “Finge tão completamente”, é endossada ao extremo a afirmação do primeiro verso, ou melhor, ele não só finge como também confirma que finge por completo, sem medo e com determinação da própria necessidade de fingir.
No 3º verso, “Que chega a fingir que é dor”, ele diz do que realmente finge, porém fica implícito que o seu fingir não é só a dor, mas algo maior, pois que é na própria alma que sofre. Porque a dor, em parte, é o extremo do sofrimento de que o humano é capaz de sentir, entre tantas outras dores existenciais.
E por fim, no quarto verso, “A dor que deveras sente”, ele fecha o quarteto primeiro de forma irônica e paradoxal, como se fizesse cair a máscara do fingidor, quando revela que o seu fingimento é mais que real na dor, porque fingir realmente o que se sente na pele, na alma é como se fosse um tipo de brincadeira cruel, às vezes até infantil, masoquista ou senão, uma atitude para não incomodar os outros que certamente não irão solucionar o seu problema, ou seja, a dor que se sente, mormente quando muitas vezes trata-se de uma dor transcendental ou metafísica.
“Na vida, a grande questão é a dor que se causa, e nem a metafísica mais engenhosa pode justificar o homem que dilacerou o coração que o amava” [6]
Pode-se perceber que Fernando Pessoa quando diz que, “O poeta é um fingidor”, o faz com profunda consciência de concepção da realidade humana nele mesmo e em seus heterônimos, onde ele, enquanto Poeta remete ao poeta como uma metáfora da própria humanidade diante a sua realidade de indivíduo no mundo e ao mesmo tempo refere-se a si mesmo, Fernando Pessoa, ante os seus heterônimos como uma humanidade particular, os quais são representação das suas necessidades múltiplas de criador como poeta-pensador das suas ideias e dos personagens reais e não fictícios como os dos romances; Pessoa consegue transcender a realidade fictícia dos seus heterônimos, transformando-os em si mesmo e em personagens da vida real. Veja o que ele diz sobre isso:
Além disto, esta tendência não passou com a infância, desenvol­veu-se na adolescência, radicou-se com o crescimento dela, tornou-se finalmente a forma natural do meu espírito. Hoje já não tenho personalidade: quanto em mim haja de humano, eu o dividi entre os autores vários de cuja obra tenho sido o executor. Sou hoje o ponto de reunião de uma pequena humanidade só minha. (Genêse dos heterônimos) [7]

Entre a intitulação: Autopsicografia do poema pessoano e a sua realidade heteronômica têm-se uma forte relação representativa dos Eus de Fernando Pessoa, que nos parece ser grande parte das necessidades humanas que são expressivamente reveladas através do ato inexorável de fingir; fingir como uma prática intrínseca e coerente a todos nós ante as diversidades que a própria vida se expõe, e não só a de poeta, que no poema manifesta-se como uma metáfora da própria realidade humana. A ponto de se poder inferir, na primeira estrofe, a figura explícita do próprio poeta Fernando Pessoa; isto é, enquanto poeta nomeado como Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos, como sendo seus eus implícitos; Na segunda estrofe, percebe-se o afastamento do poeta Fernando Pessoa e a presença explícita dos seus heterônimos, mas também podemos inferir a figura dos próprios leitores; no entanto, o poema é bem claro quando diz: “Os que lêem o que escreve / Na dor lida sentem bem”, ou seja, o poeta enquanto leitor introspectivo e narcisista sentindo-se a si mesmo através da leitura propriamente dita do que escreveu ou escreve, pois é como se fosse um tipo de purgação da alma, fuga da realidade, quando se ler o que se escreve, principalmente  quando se escreve para si mesmo ou para seus próprios eus, a ponto de não atingir a ninguém mais, a não ser a sua humanidade particular.  Seriam seus heterônimos lendo o que Pessoa escreveu, porém eles não sentem porque são meros personagens criados pelo sentidor que é Pessoa. São eles, os heterônimos, representantes da dor propriamente do poeta e humano Fernando Pessoa. Quanto aos leitores, estes nem sempre escrevem, apenas se sentem, muitas vezes, inseridos no contexto do poeta como se eles os tivessem escrito aquilo que tanto dilacerava a sua alma, por isso, na dor lida sentem bem.  E ainda na leitura de si mesmo, vejam um fragmento do poema, Não sei quantas almas tenho, do próprio Fernando:
Por isso, alheio, vou lendo
como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
o que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu. [8] 

Na 3ª e última estrofe parece-nos sugerir o heterônimo Álvaro de Campos do Eu pessoano quando diz “E assim nas calhas de roda / Gira, a entreter a razão, / Esse comboio de cordas / Que se chama coração” e, sendo este, Álvaro de Campos, engenheiro naval que exalta as máquinas, a velocidade da modernidade, parece brincar com o sentimento e o racional comparando o coração e a razão a uma máquina numa visão bastante lúdica, isto só possível muitas vezes através do recurso artístico-poético.
Em síntese, podemos dizer que o ortônimo, Fernando Pessoa, com os seus heterônimos, implicitamente, no poema Autopsicografia, através da ironia e do paradoxo presente na primeira estrofe, quando diz (A dor que deveras sente) em oposição ao (O poeta é um fingidor); da atenuação do sofrimento na 2ª estrofe (Na dor lida sentem bem); e, na terceira e última estrofe, (Gira, a entreter a razão) quando brinca com seu jogo intelectual com a criação poética de poeta-pensador; percebemos que, só mesmo através das palavras e da imaginação criativa se pode brincar até mesmo com a dor da própria alma, metafisicamente poetando, em nome da arte-poética.

*Aluno do Curso de Especialização em Literatura Brasileira – UFRN



REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES, HORÁCIO, LONGINO,  A poética clássica. Tradução direta do grego e do Latim por Jaime Bruma; introdução por Roberto de Oliveira Brandão. 6ed. São Paulo: Cultrix, 1995.
ANDRADE, Carlos Drummond de. “A Bolsa e a Vida”. In: Obras Completas: poesia e prosa. RJ: Nova Aguilar. 1988, p. 1583-5
ASSIS, Machado de. Quincas Borba [1899]. São Paulo: Ática, 1992, p-13 e 214.
CÂNDIDO, Antônio. “O direito à literatura” in: Vários escritos. 4ª edição, reorganizada pelo autor, São Paulo; Rio de Janeiro: Duas Cidades: Ouro sobre Azul, 2004, p. 169- 191.
____, “Comentário e interpretação literária” In: O estudo analítico do poema. 5 ed. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006m p. 27-36.
CARVALHO, José Cândido. Os mágicos municipais (contados, astuciados, sucedidos e acontecidos do Povinho do Brasil), Rio de Janeiro: José Olympio, 1984 p. 44-5.
DUCROT,  Oswald.  TODOROT, Tzevetan. Gêneros literários. In: Dicionário enciclopédico das ciências da linguagem. 2 ed. São Paulo: Perspectiva,1988, p. 147-151.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 199.
NASSAR, Raduan. Menina a caminho e outros textos. 2ª ed. São Paulo: Companhia de Letras, 1997, p. 69-73.
PAES, José Paulo. “Por uma literatura de entretenimento (ou o mordomo não é o único culpado)” In: A aventura literária. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p.  25-38.
PESSOA,  Fernando. “Nota preliminar”. In: Obra poética. 7 ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 69.
TODOROT, Tzevetan. “Os dois princípios da narrativa”. In: Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 61-84 (ensino superior).
____, “Em torno da poesia”.  Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 95-25 (ensino superior).
ZÉ, Tom; MEDEIROS, Elton. “Tô”. faixa 4 do lp Estudando o samba, Continental, 1976; ed. remasterizada, Continental, 2000.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

http://forum.angolaxyami.com/poesia-portuguesa/12297-fernando-pessoa-isto-poesia-seria-e-profunda.html
http://www.releituras.com/fpessoa_psicografia.asp
TODOROT, Tzevetan. “Os dois princípios da narrativa”. In: Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 61-84 (ensino superior).
(http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=704



[1] http://forum.angolaxyami.com/poesia-portuguesa/12297-fernando-pessoa-isto-poesia-seria-e-profunda.html

[2] http://www.releituras.com/fpessoa_psicografia.asp
[6] Texto de sala: Os dois princípios da narrativa p. 73