SO E PÓ
Véspera de Rei
E eu longe de ser rei
Fazia-me, mais uma vez, anfitrião
De mim mesmo noutra extensão de mim.
Eu estava, incrivelmente, a me laurear
Porque ninguém mais consegue saber
O que o meu coração tanto deseja.
Mas, afinal, o que o meu coração deseja?
Ele deseja algo pequeno e simples:
Que a criança seja criança
Que o jovem seja jovem
Que adulto, adulto
Que o velho, velho e criança ao mesmo tempo.
E eu, que grasso o caminho da senilidade
Quero dá ênfase a essa sutil transmutação.
Pelo ofício atingi a minha velhice
A qual se confunde com a minha existência;
Pelo ofício fui promovido a ser estar
E permanecer - por opção minha - SÓ;
E pela minha existência estou destinado
A ser estar e permanecer - sem opção - PÓ.
Porque de SO para PÓ é só uma questão de tempo
E é por este que se promove e, também, se morre
Por isso, pó é tá sempre... Só.
Texto muito real, e reflexivo frente a nossa existência... Excelente! Ah, coisa de Filósofo!!!
ResponderExcluirFlores de paz!
Fátima Alves / poetisa da Caatinga
Ótima reflexão!
ResponderExcluirBoa Noite
Rose
Prezado amigo MC, mui belo tu poesia eres un hombre solo e mui sábio. Na verdade lindíssimo.
ResponderExcluirUm dia ao pó voltaremos para tornar côscia a verdade do ser supremos.E que se diga: Alea jacta est.
Esoj.Otrebor