BREVE RESUMO
Uma narrativa poética romanceada em Literatura de Cordel, com 345 estrofes, em septilhas, que conta a história de um jovem que se fez beija-flor para cuidar de um jardim com 46 espécies de flores. Um texto inspirado na realidade humana que se relaciona com a Gênese bíblica e encerra com os Cânticos dos Cânticos. Mas também há muitas passagens amorosas em que o colibri sofre e supera as adversidades da vida através do seu passarinhar poético e termina por encontrar a flor Amor Perfeito, como não poderia deixar de acontecer, como ocorre em todo romance que se preza. Boa deleitura!
Emecê Garcia
I
No
princípio foi o sonho,
Depois,
a realidade;
Que
brotou em um jardim,
Gerando
a humanidade;
Cheio
de flor de amor,
Por
força do Criador,
Por
toda eternidade!
II
Desse
jeito vim ao mundo,
Pra
ser essência de mim;
Numa
terra fértil e ávida,
E,
puder regar, assim...
O
belo da natureza,
Com
toda minha pureza,
Com
amor até o fim!...
III
Eu
não era solitário,
O
éden, não mais havia;
A
árvore da sapiência,
O
fruto, a Sabedoria;
Espalhara-se
na terra,
Pra
se evitar a guerra
Nossa
de todo o dia(?)
IV
E
por causa desse fruto,
Que
uma flor ingeriu;
Nasceu
o livre arbítrio,
E
a vida se feriu;
Pra
ser justo ou injusto,
Eis
o preço e o custo,
Que
a raça assumiu...
V
Diante
da criação,
Ante
o bem e o mal;
Eu
teria de viver,
Como
ser racional;
Mas,
a historicidade,
E
a complexidade,
Fez-me
ser um animal.
VI
Diante
de dois caminhos,
Às
vezes, terceira via...
Sequer,
eu não tinha dúvidas,
Vivia
sem agonia;
Eu
só tinha de voar,
Ao
destino e lugar,
Sem
nenhuma utopia.
VII
Tudo
já estava pronto,
Não
tinha como errar;
A
natureza das coisas,
Só
levava pra amar;
Esse
é o único bem,
Que
nos leva ao além,
Sem
medo, sem hesitar.
VIII
Pro
mundo viver em paz,
Não
tinha mais que fazer;
Era
só seguir a linha
Precisa
do bem viver;
E
a bela retidão,
Contida
no coração,,
Do
verbo Amar e Ser.
IX
Seria
essa a riqueza,
Pro
novo Éden voltar;
Mas
este virou partícula,
Parte
por parte está;
Assim
nasceu o morrer,
Pelo
vacilo do crer,
E
a falta do amar.
X
Entre
nascer e morrer,
E
viver eternamente;
Assim
é o paraíso,
Pra
o normal e demente;
Onde
desabrocham flores,
Flores
de dores, amores,
Entre
crente e descrente.
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