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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O PÁSSARO BEIJAMORES




BREVE RESUMO


Uma narrativa poética romanceada em Literatura de Cordel, com 345 estrofes, em septilhas, que conta a história de um jovem que se fez beija-flor para cuidar de um jardim com 46 espécies de flores. Um texto inspirado na realidade humana que se relaciona com a Gênese bíblica e encerra com os Cânticos dos Cânticos. Mas também há muitas passagens amorosas em que o colibri sofre e supera as adversidades da vida através do seu passarinhar poético e termina por encontrar a flor Amor Perfeito, como não poderia deixar de acontecer, como ocorre em todo romance que se preza. Boa deleitura!

Emecê Garcia


I
No princípio foi o sonho,
Depois, a realidade;
Que brotou em um jardim,
Gerando a humanidade;
Cheio de flor de amor,
Por força do Criador,
Por toda eternidade!
II
Desse jeito vim ao mundo,
Pra ser essência de mim;
Numa terra fértil e ávida,
E, puder regar, assim...
O belo da natureza,
Com toda minha pureza,
Com amor até o fim!...
III
Eu não era solitário,
O éden, não mais havia;
A árvore da sapiência,
O fruto, a Sabedoria;
Espalhara-se na terra,
Pra se evitar a guerra
Nossa de todo o dia(?)
IV
E por causa desse fruto,
Que uma flor ingeriu;
Nasceu o livre arbítrio,
E a vida se feriu;
Pra ser justo ou injusto,
Eis o preço e o custo,
Que a raça assumiu...
V
Diante da criação,
Ante o bem e o mal;
Eu teria de viver,
Como ser racional;
Mas, a historicidade,
E a complexidade,
Fez-me ser um animal.
VI
Diante de dois caminhos,
Às vezes, terceira via...
Sequer, eu não tinha dúvidas,
Vivia sem agonia;
Eu só tinha de voar,
Ao destino e lugar,
Sem nenhuma utopia.
VII
Tudo já estava pronto,
Não tinha como errar;
A natureza das coisas,
Só levava pra amar;
Esse é o único bem,
Que nos leva ao além,
Sem medo, sem hesitar.
VIII
Pro mundo viver em paz,
Não tinha mais que fazer;
Era só seguir a linha
Precisa do bem viver;
E a bela retidão,
Contida no coração,,
Do verbo Amar e Ser.
IX
Seria essa a riqueza,
Pro novo Éden voltar;
Mas este virou partícula,
Parte por parte está;
Assim nasceu o morrer,
Pelo vacilo do crer,
E a falta do amar.
X
Entre nascer e morrer,
E viver eternamente;
Assim é o paraíso,
Pra o normal e demente;
Onde desabrocham flores,
Flores de dores, amores,
Entre crente e descrente.

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