ESTATÍSTICA DIÁRIA

ADMIRADORES DAS IDEIAS

sábado, 2 de setembro de 2023

 




APRESENTAÇÃO


Decorridos 35 anos, após o primeiro rebento poético, intitulado DENDROCLASTA, eis que, nasce agora, o seu filhote poético, com o nome de FAUNAFLORA EM POESIA. Nasce com ousadia, porque o tempo o fez assim, por assimilar de seu “pai”, o sonho, o afã, o conhecimento e a técnica do fazer poético. 

Assim sendo, o livro: FAUNAFLORA EM POESIA, vem recheado de estilos poéticos bastantes cultuados por poetas contemporâneos e de outrora; que vão dos clássicos aos modernistas. 

O leitor aguçado e sedento por estilos poéticos vai se deleitar, demasiadamente, com poemas em Versos Livres e com o estilo que, sequer, ouviu falar até então. Como é o exemplo do Estilo TRITROVIN, criado por este autor que vos escreve. 

O livro FAUNAFLORA EM POESIA está dividido em sete partes, que são os próprios Estilos Literários da nossa Literatura Universal. Assim sendo, ele, (o livro) abre com poemas em estilo Versos Livres, em torno de 25 poemas, inclusive com poesias já publicadas pelo seu “pai” DENDROCLASTA; depois, em Literatura de Cordel, somando um total de 10 poemas; na sequência, vem o estilo: Trovas, com 4 poemas; agora, seguido pelo novo Estilo Literário: Tritrovin, com 6 poemas inusitados, em estilos e em temáticas; segue, agora, o estilo Haicai, com 5 poesias e o estilo Haicai Guilhermino, com 3 poesias; e, por fim, o estilo Soneto, com 4 poemas. 

A palavra Faunaflora é uma junção de dois vocábulos: fauna e flora, mas que dá origem a um terceiro vocábulo que é aflorar, ou seja, um tipo de afloramento poético que tem como floresta, o próprio livro, repleto de plantas, animais, terras, céus, mares, mulheres, homens e amores.


   CCCXXXIV

E o beija-flor em êxtase, 

As asas, em comoção; 

Ante floreio da flor, 

Qual ave sem direção; 

Leve suave e lento, 

Como taciturno vento, 

Fundiu-se em Amor-canção...


O Pássaro Beijamores, 2018 - pág. 92.


Emecê Garcia




PREFÁCIO



Sejamos todos bem-vindos, a uma leitura agradável e convidativa, que ressoa como os cânticos dos pássaros, tal como uma melodia em cada versos e poesias pelo autor, recitados. 

Esta obra intitulada como FAUNAFLORA EM POESIA, tem uma característica muito peculiar, que reflete um encantamento, em forma de poesia, aos cuidados propostos às nossas faunas e floras, e às belezas de tudo que Deus criou. 

O autor, Emecê Garcia, revela com maestria e de maneira muito surpreendente, uma magnífica reflexão através de poemas, porém com extrema docilidade e naturalidade, em total consonância com a natureza sem perder as sinfonias e as sintonias das palavras, num comparativo muito salutar e poético. 

Em um mundo caótico e frenético, desapercebemos os valores iniciais que nos transmitem o real sentido da vida. FAUNAFLORA EM POESIA é um grito à natureza humana e às suas questões sócioculturais, pela perda da vitalidade das atenções com o nosso berço-mundo! 

A sutilidade e o silêncio a algumas questões têm nos deixado adormecidos, dissipando-nos de nossos melhores frutos e daquilo que poderíamos, realmente, germinar. Somos sementes do grande autor da existência (Deus) e, Ele, nos deu a vida e em abundância, e pediu-nos para que pudéssemos crescer e multiplicar. Sendo assim, propagadores e multiplicadores das boas sementes da vida. 

Deste modo, o autor nos dá uma ampla visão e reflexão, ao que tange as realidades poéticas de cada leitor; é uma diversidade aconchegante e singular, pois seus escritos nos abraçam, em suas variadas interpretações, tais como, as diversidades que a vida nos traz, a isso, creio que, posso entender, como sendo a Fauna e a Flora da vida. 

Sejamos homens-pássaros a entoar novas canções de vidas. 

E viva A FAUNAFLORA! E muitos vivas! Aos sentidos da vida!



Silmara Soraya é escritora e poetisa, 

Licenciatura em Letras e Técnica em Administração. 



A LENDA DO MICO-LEÃO-DOURADO 


I
Em outrora, quando a terra, 
Não era ainda esse mundo; 
Mas, o de Adão e Eva, 
Onde o Bem foi oriundo,
Eu era um Mico feliz,
Pois o amor foi fecundo.
II
Não havia nada imundo;
Nós, os bichos da floresta
Éramos uma família;
Para tudo era uma festa,
E a lua cheia, à noite,
Abrilhantava a seresta.
III
E a minha história atesta:
Eu vivo durante o dia;
Por cima das grandes árvores,
Meu grupo não se desvia;
Somos em oito animais...
E assim, a gente se cria.

IV
Para minha alegria,
Eu vivo até quinze anos;
Sou animal muito leve,
E lhe digo sem enganos;
Que não peso nem 1 Kg,
Pequeninos são meus manos.
V
Tudo está dentro dos planos:
Alimento-me das frutas;
Insetos, aves, lagartas,
Às vezes, fico nas grutas;
Adoro ovos fresquinhos,
Para conquistar, são lutas!
VI
E aqui não há disputas,
Tenho pelagem sedosa;
De uma cor alaranjada,
Dá-me posição garbosa;
Minha juba na cabeça,
Eita, vidinha gostosa!
VII
Tudo é poesia, prosa,
Às vezes, a pensar eu fico;
No nome belo que tenho,
Me sinto um animal rico;
Por ter a floresta toda
Porque eu sou esse Mico.
VIII
Mas, então eu justifico:
Eu era muito feliz;
Quando a gente era amigo,
Da serpente à perdiz;
Não havia desavença,
Pois não havia o triz...
IX
Afinal, que mal eu fiz?
Raposa abraçava o cão;
Cordeiro abraçava lobo,
Antílope com o leão;
Vivia ali, juntinho,
Como verdadeiro irmão.
X
Parece até maldição!
Tudo era só harmonia;
As coisas mudaram todas
E foi da noite pro dia;
Tão logo veio a desgraça,
E se deu grande agonia.
XI
Acabou-se a fantasia?
Os pais da humanidade;
Expulsos do paraíso,
Vejam a grande maldade!
Da humana criatura,
Nos deixou grande saudade.
XII
Digo com sinceridade:
Ficamos tristes demais;
No começo, foi difícil,
Desolados e sem paz;
A saída do casal,
Certamente, foi sagaz!
XIII
Foi o tal do anjo mal
Que disfarçado em serpente;
Levou a ingênua Eva,
Pra comer feito demente;
Aquela maçã maldita,
E Adão seguiu em frente.
XIV
Veja tudo atentamente:
O demônio é muito brabo!
Lúcifer é mentiroso,
Tem chifre, mau cheiro e rabo;
A cobra não é tão má,
Serpente não é diabo.
XV
E vou seguindo com garbo,
Tranquilmente e agora;
Mesmo sem Adão e Eva,
Como nos tempos de outrora;
Eis que surge de repente,
No éden, uma nova aurora...
XVI
Um ser, o mundo explora!
Uma horrenda criatura;
Distinto bicho da terra
É quasímodo figura;
De distante semelhança,
Tem quase nada de pura...
XVII
Bicho de média estatura,
Que todos animais somem;
Temerosos e assustados,
Os alimentos não comem;
Vendo o bípede ereto,
Parecendo com tal homem.
XVIII
E o bicho mesmo sem fome,
Prendia os animaizinhos;
Que via pela floresta,
E deixava nos caminhos;
A marca da violência,
Como sendo seus espinhos.
XIX
Oh, sentimentos mesquinhos!
Prendeu o pobre do jegue;
Jogou seu fardo por cima,
Não há justiça que pegue(?)
Matou o próprio irmão
E pelo mundo ele segue...
XX
Esse mal, a gente negue,
Pois, primeiro ele matou;
Por inveja, próprio sangue,
Depois, ele escravizou;
O seu ente semelhante,
E onde estava o amor?
XXI
Reinava então o horror?
Matou por necessidade?
Depois, pra ganhar dinheiro,
E assim foi, à extremidade;
Ao fazer por diversão,
O cúmulo da crueldade!
XXII
Essa é a humanidade:
Prendeu macaco, girafa;
O elefante, a baleia,
Como armadilha tarrafa;
Seu ódio sanguinolento,
É um licor de garrafa.
XXIII
A mente radiografa
Um futuro de riqueza;
Animais vão para o circo,
Para inocência beleza;
Nas capitais, as crianças
Cheias de riso e tristeza.
XXIV
Falando da realeza:
Quando o Leão era Rei;
Ninguém ousava prendê-lo,
As coisas mudaram, sei;
Já vi prenderem o macaco,
Aí, com medo fiquei.
XXV
Não mais respeitam a Lei.
Tô na juba do Leão;
A fugir das ameaças,
Aqui sinto proteção;
Eu cato os seus insetos,
Ele é meu amigão!
XXVI
- Olha, o Mico e o Leão!
Dizem os meus companheiros;
Que nos veem pela floresta,
Somos dois grandes parceiros;
Amigos dos animais,
Porque somos verdadeiros.
XXVII
O tempo passou ligeiro,
Aí, o homem morreu;
Que se chamava Caim,
O qual matou o irmão seu;
Filho de Adão e Eva,
Quando tudo sucedeu.
XXVIII
Eis o desfecho que deu:
Eu tirava uma soneca;
Na juba do meu amigo,
Sonhava que tava em Meca,
Vendo muita gente ali,
Todos jogando peteca!
XXIX
Porém, quem é que não peca?
Este foi o meu pecado;
Caí numa escuridão!
E logo fui acordado;
Da juba quente e macia.
Dali, eu fui retirado!
XXX
Era um barulho malvado!
Uma bagunça esquisita;
Meu amigo ruge alto,
Dando bem-vindo, à visita;
Mas, se engana quando vê,
A multidão parasita.
XXXI
Embaçadas nossas vistas,
Quando as luzes explodiram;
Numa jaula, cerca e grades;
Todos os bichos sumiram;
Só crianças e adultos, 
Foram eles quem nos viram.
XXXII
As crianças todas riram,
Quando saí assustado;
O Rei com cara de sono
Estava ator – doado;
As inocentes calavam;
Os adultos explicavam:
- É o Mico-leão-douraaaado!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2021



O TRITROVIN E A SUA GÊNESE

UM NOVO ESTILO 

Eis o Tritrovin
Belo poemeto
Que nasceu enfim
Menor que soneto.
Maior que haicai
Menor que cordel 
Porque é seu pai
Por ser menestrel.
Tritrovin -TROVINHA
Bem menor que trova
É também QUADRINHA 
LINHA que se aprova!

Emecê Garcia

Quando nasce um ser, este é referência universal por sua natureza e semelhança, entre si; principalmente, no que tange ao ser humano e a quase todas as espécies, se assim se pode refletir. Não obstante a esse fato, como disse o cientista e o pai da Química, Antoine Lavoisier: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. É, exatamente, através de essa máxima lavoiseiana,  que vem a corroborar com a gênese de esse novo Estilo Literário denominado de TRITROVIN, que eu passo a discorrer agora, a breve apresentação desta Antologia Poética.
Com toda certeza, aquele ou aquela que for adepto ou usuário da técnica do fazer poético, através da metrificação, acima de tudo; irá certamente sentir que o Tritrovin não é quão novo como se queira imaginar; porque logo vai perceber que no Tritrovin existem várias influências do fazer poético, a priori o cordel,  que foi justamente aqui, nele e por ele, onde tudo eclodiu e se originou a sua base, a sua essência de inspiração e transpiração criadora; porém, para o leitor de percepção mais aguçada, também vai sentir a influência da trova, do haicai, da música: “A Triste Partida” e a semelhança entre outros estilos poéticos. Por isso, a referência à máxima de Lavoisier, acima citada.  
Todavia, o Tritrovin também tem aqui a sua natureza própria e a sua peculiaridade, de tudo que já se foi criado até o momento; e, se assim não o fosse, seria mero plágio ou mera cópia. No entanto, essa distinção aqui existente, vai ficar a critério de quem for ler esta obra com os olhos da crítica e com a atenção de perscrutador curioso, e que quiser desvendar o enigma poético exposto nas linhas de essa Antologia Poética. E, uma vez desvendado o mistério, certamente, irá fazer o seu juízo de valor.
Assim sendo, as(os) 13 convidadas(os), entre 6 mulheres e 7 homens, para participarem desta antologia; todos, sem exceção, têm os pés, a cabeça e o coração voltados para a Literatura de Cordel, porque eu sou testemunha, de que todos já têm títulos publicados nesta linha.
Foi uma escolha um tanto criteriosa, para que compusessem esta primeira Antologia Poética, com um estilo genuinamente inusitado, onde poetas e poetisas agora, comprometidamente tritrovinistas, se fazem, respectivamente,  pioneiros e pioneiras (com o perdão da redundância) desta obra inédita, que está se originando brilhantemente, através de riquíssimas inspirações, compostas de poemas com temáticas quão diversas, onde são abordados, a própria situação atual da pandemia; bem como, a natureza social, política, filosófica, ecológica, sociológica, cultural, literária, cristã e lírica da nossa realidade humana. 
Ou seja, uma variedade de assuntos que o leitor ou a leitora vai poder ampliar seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, irá se deleitar da beleza dos versos e da leveza cantante e musical de cada estrofe e de cada poema aqui existentes. 


Emecê Garcia é o criador do estilo Tritrovin, 
Professor de Literatura Brasileira, Filósofo e nicles. 
Emecê Garcia


Em tempo de pandemia a vida sofre os seus reveses, no entanto, há vários caminhos para que sejam trilhados e que a vida não sofra tanto; e, geralmente, a arte é uma válvula de escape ou mesmo uma fuga para muitas pessoas. Este livro, Poética em Tritrovin 2021 – Antologia -, por sua vez, é também um dos caminhos, entre tantos outros, que 13 (treze) poetas e poetisas foram acolhidas(os) para fugir dessa realidade quão caótica na qual estamos passando. E, cada um aqui, manifesta aquilo que a sua alma profundamente sentiu no ensejo da sua verve, porém com um grande desafio de criar um poema num Estilo Novo que é o TRITROVIN, que foi criado pelo poeta, escritor e filósofo, Maurício Cardoso Garcia com pseudônimo de Emecê Garcia. Com toda certeza, a Poesia, em se tratando da arte de viver, ela dá sentido à vida, mormente neste tempo de pandemia. 


BOA DELEITURA!

 

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O PÁSSARO BEIJAMORES




BREVE RESUMO


Uma narrativa poética romanceada em Literatura de Cordel, com 345 estrofes, em septilhas, que conta a história de um jovem que se fez beija-flor para cuidar de um jardim com 46 espécies de flores. Um texto inspirado na realidade humana que se relaciona com a Gênese bíblica e encerra com os Cânticos dos Cânticos. Mas também há muitas passagens amorosas em que o colibri sofre e supera as adversidades da vida através do seu passarinhar poético e termina por encontrar a flor Amor Perfeito, como não poderia deixar de acontecer, como ocorre em todo romance que se preza. Boa deleitura!

Emecê Garcia


I
No princípio foi o sonho,
Depois, a realidade;
Que brotou em um jardim,
Gerando a humanidade;
Cheio de flor de amor,
Por força do Criador,
Por toda eternidade!
II
Desse jeito vim ao mundo,
Pra ser essência de mim;
Numa terra fértil e ávida,
E, puder regar, assim...
O belo da natureza,
Com toda minha pureza,
Com amor até o fim!...
III
Eu não era solitário,
O éden, não mais havia;
A árvore da sapiência,
O fruto, a Sabedoria;
Espalhara-se na terra,
Pra se evitar a guerra
Nossa de todo o dia(?)
IV
E por causa desse fruto,
Que uma flor ingeriu;
Nasceu o livre arbítrio,
E a vida se feriu;
Pra ser justo ou injusto,
Eis o preço e o custo,
Que a raça assumiu...
V
Diante da criação,
Ante o bem e o mal;
Eu teria de viver,
Como ser racional;
Mas, a historicidade,
E a complexidade,
Fez-me ser um animal.
VI
Diante de dois caminhos,
Às vezes, terceira via...
Sequer, eu não tinha dúvidas,
Vivia sem agonia;
Eu só tinha de voar,
Ao destino e lugar,
Sem nenhuma utopia.
VII
Tudo já estava pronto,
Não tinha como errar;
A natureza das coisas,
Só levava pra amar;
Esse é o único bem,
Que nos leva ao além,
Sem medo, sem hesitar.
VIII
Pro mundo viver em paz,
Não tinha mais que fazer;
Era só seguir a linha
Precisa do bem viver;
E a bela retidão,
Contida no coração,,
Do verbo Amar e Ser.
IX
Seria essa a riqueza,
Pro novo Éden voltar;
Mas este virou partícula,
Parte por parte está;
Assim nasceu o morrer,
Pelo vacilo do crer,
E a falta do amar.
X
Entre nascer e morrer,
E viver eternamente;
Assim é o paraíso,
Pra o normal e demente;
Onde desabrocham flores,
Flores de dores, amores,
Entre crente e descrente.

....................................

segunda-feira, 27 de março de 2017

DEBATE VIRTUAL PROMOVIDO PELA SPVA/RN, EM 23/03/2017



Caríssimos amigos, infelizmente alguns acontecimentos de quarta-feira para cá, me impediram de providenciar o processo de estudo sobre a obra do escritor do mês. Entretanto, podemos iniciar agora, e tentarmos conhecer um pouquinho sobre o amigo. O nome mais votado na enquete foi o de EMECÊ GARCIA, pseudônimo do escritor Maurício Cardoso Garcia.
Informo que o DEBATE LITERÁRIO VIRTUAL de hoje, terá dois momentos, agendados de acordo com a disponibilidade do escritor/poeta:

1º Momento: 18h às 19h
2º Momento: 22h às 23h
Segue, para apreciação dos amigos, o vídeo onde aparece o Emecê Garcia, falando um pouco sobre ele.

Ozany Gomes - Boa noite, poetas e amigos! É um grande prazer poder receber no Debate Literário Virtual, nosso confrade Emecê Garcia, escritor que tem dado grandes contribuições para a literatura potiguar. Agradeço ao amigo por ter aceito o convite para participar da enquete! Agradeço também aos amigos e poetas que votaram em todos escritores participantes.

Ozany Gomes - Minha pergunta para Emecê Garcia é: O que te motivou a abrir a Biblioteca Comunitária, na Comunidade do Japão, bairro Redinha Velha, em Natal/RN?

Mauricio Garcia - (Muitos Risos) Amiga minha, a princípio quero agradecer a sua perseverança e determinação, por me convencer, como sempre. Mas, diminua seu aperreio. As bibliotecas vieram contrapor com os clubes de futebol na comunidade. Futebol nunca levou nenhum jovem aqui a ser profissional, porém as bibliotecas era um reforço para as escolas. Não é Japão é África na Redinha.

Ozany Gomes - Me perdoe, Emecê! Totalmente desorientada a pessoa aqui...kkkkkk

Mauricio Garcia  - Ei, quem tá rolando pelo chão até agora sou eu, quase não consigo responder as demais pessoas, pode!

Ozany Gomes  Simmmm...e eu envergonhada até agora...affff, já fui várias vezes na comunidade e esquecer o nome!!! Como pode? Desculpe aí!

Apresentação Oliveira Roque - Pergunto ao poeta e escritor Emecê Garcia. O que o levou a ser escritor? Em qual momento da vida você sentiu necessidade de escrever? Qual escritor te inspira?

Mauricio Garcia - Logo tu Bichinha, que conheces além da minha palma o meu coração! Bom, o que me levou a ser escritor, a princípio foi o exílio da minha terra natal (Natal) e dos meus familiares, das praias, do sítio e tudo mais. O momento em que me levou a escrever foi quando senti o peso da solidão, dentro de um quarto de apartamento quando morava em São Paulo. São vários escritores e poetas que me fizeram meus pais poéticos: Como poeta Carlos Drummond, João Cabral de Melo Neto; como escritores Machado de Assis, Guimarães Rosa e tantos outros.

Apresentação Oliveira Roque - Outra pergunta poeta Emecê Garcia. A pessoa nasce poeta ou se faz poeta aprimorando-se nas leituras literárias e cotidianas?

Mauricio Garcia - Sim, há duas vertentes de poeta. Os natos por influência dos pais e os que se encontram através das leituras ou da necessidade de exprimir os seus sentimentos.

Apresentação Oliveira Roque - Emecê Garcia. Sou leitora de suas obras. Observo nelas inseridas a presença feminina. Pergunto: O que te leva a este contexto literário? Afinidades? Curiosidades? Observação da figura feminina?

Mauricio Garcia - Eita, lá vem ela de novo! Bom, a princípio, todos nós viemos de uma mulher e não há outra maneira de vim ao mundo. No entanto, eu nasci na casa das sete mulheres: minha mãe e seis irmãs e, certamente, és a razão da presença feminina nas minhas obras. Pelo que se sabe todo poeta romântico canta a enaltecer a sua musa, então eis a razão!


Apresentação Oliveira Roque - Poeta Emecê Garcia. Você escreve contos, crônicas, poesias.... Pergunto: desde quando, em qual ano de sua vida literária surgiu a literatura de cordel tão bem apreciada por nós nordestinos. E se essa literatura transcende o Nordeste?

Mauricio Garcia - É isso, o cordel surgiu num processo da maturidade poética, quando eu deixei a vaidade de ser poeta pela humildade da técnica do cordel, que surgiu em 2007, como febre em Natal, quando surgiu Antonio Francisco, o qual me inspirou a esse estilo e que hoje e sempre o Nordeste sempre bebeu dessa fonte que exporta para o sul do país e para o resto do planeta.


Apresentação Oliveira Roque - Poeta Emecê Garcia. Como já citei anteriormente sou sua leitora. Conheço bem suas obras e tenho as minhas preferidas: Como os cordéis "Um cacho de flor da vida " e "Cantilena pela paz" como autor você tem preferência por alguns de seus trabalhos literários?

Mauricio Garcia  - Como toda mãe, eu sinto que gerei e tirei das minhas entranhas um ser, o meu primeiro filho poético o DENDROCLASTA. Eis aqui umas das preferências minha entre tantos filhos já gerados, hoje em número de 14. Mas gosto também do livro CONTOS FEMININOS porque dele saíram vários cordéis, ou seja, alguns netinhos poéticos. Pode?

Clécia Santos - Passando para parabenizar meu amigo poeta Mauricio Garcia! Merecidamente escolhido! Amigo gostaria de saber a quanto tempo de poesia escreves?

Mauricio Garcia - Olá, amiga! Obrigado! O meu primeiro livro de poesia foi lançado em 1988, em São Paulo, intitulado DENDROCLASTA, então faz em junho, dia 18, exatamente, 29 anos de poeta.

Clécia Santos - Que maravilha poeta! Parabéns mais uma vez e tudo de sucesso!

Junior Dalberto - Boa noite. Gostaria de saber mais sobre seu trabalho literário!

Mauricio Garcia - Olá Dalberto, obrigado por seu interesse em querer conhecer o meu trabalho. Assim sendo, podes visitar meus blogs: www.essenciasemparadoxo.blogspot.com ou recanto das letras em autores: Emecê garcia.

Junior Dalberto - Massa, vou sim!

Mauricio Garcia  - Obrigado!

Deth Poetisa Dos Ventos Haak - Bênçãos Poeta! O que na Filosofia lhe inspira a escrever?

Mauricio Garcia - Olá, amiga minha, quanto tempo! A princípio me inspira a escrever no que tange à verdade das essências da lógica e da ética. E poeticamente no que se refere às deusas e musas.


Deth Poetisa Dos Ventos Haak - Como Filósofo que Mestre o levou a fazer essa opção?

Mauricio Garcia  - Sim, justamente a simplicidade do filósofo Sócrates enquanto homem e humano distinto de um uma sabedoria elevada e transcendental.


Deth Poetisa Dos Ventos Haak  - Poesia caráter do que emociona toca a sensibilidade sugere emoções por meio da linguagem . Qual a diferença entre Poesia e o Poema?

Mauricio Garcia  - Deth, amiga minha! Posso definir a distinção dessas a partir das minhas vivências poéticas e mesmo assim, a complexidade continuará. No início eu entendia poesia como sendo a forma, o tamanho, ou seja, o verso. Um simples verso é poesia. Mas temos o terceto, o quarteto, etc. Hoje para mim, poesia é toda forma de expressão de sentimento, pois há poesia numa prosa, no conto, numa crônica e num romance (Iracema, por exemplo). Portanto, o poema é uma Odisseia, uma Ilíada, um lusíada repleto de poesia. É isso.

Deth Poetisa Dos Ventos Haak - Poeta vc acredita que quanto maiiiis se ler melhor se escreve? Digitar aqui e uma obra.

Mauricio Garcia - Certamente a leitura não só nos leva a escrever melhor como também nos motiva, nos inspira; há pessoa que quase não ler e quer escrever, mas vai haver um momento que essa necessidade vai lhe exigir, para assim, se sentir mais produtivo e criativo.

Deth Poetisa Dos Ventos Haak - Na trajetória de Escritor vc já se sentiu órfão de Poesia?

Mauricio Garcia  - Muito pertinente essa sua pergunta. Houve um período que escrevia em torno de 10 poemas por dia, isso eu interpreto hoje como sendo uma fuga; eu morava em São Paul, aí, voltei para Natal e continuei escrevendo na mesma intensidade. Vinte e sete anos após matei os exílios e talvez os vazios, as lacunas e estou me sentindo não órfão da poesia, mas mais cuidadoso com ela e até reclamo comigo mesmo por não mais escrever tanto.

Erilva Leite - Quem é Mauricio Garcia, enquanto não escreve? O que te fascina e o que te deixa irritado? (minha admiração por seu trabalho!).

Mauricio Garcia - Poxa, que maravilha! Obrigado! Bom, não sou diferente de outros mortais, tenho meus defeitos e minhas virtudes, assim sendo, enquanto não escrevo penso! Quando escrevo penso mais ainda movido pela Trans-Inspiração. Alimento-me de uma consciência que não procuro me irritar em todos os aspectos, e o que me fascina é a paz, a liberdade e a vida enquanto poeta! Isso sim, salva, liberta e cria.

Erilva Leite - Obrigada pela belíssima resposta! Não poderia mesmo ser diferente...

Mauricio Garcia - Obrigado amiga!

Claudio Wagner da Silva - Mauricio Garcia na sua linha do tempo poética você acredita que faz uma poesia mais madura hoje ou poesia não precisa de maturação?

Mauricio Garcia - Olá Cláudio, que bom está aqui. Rapaz, no início eu só queria escrever, não me preocupava com maturidade, mas o tempo vai-nos moldando a refletir a nossa escrita, Drummond diz isso, Mário Quintana também. Depois que virei cordelista eu senti essa necessidade da poesia não digo madura, mas com mais responsabilidade técnica. Assim como exige um soneto ou Hai Kai. A poesia é um estilo e por si só isso é maturidade. Nós que demoramos a perceber isso.

Claudio Wagner da Silva - Gostei muito da resposta meu Caro.
Mauricio Garcia  - Obrigado Claudio.

Claudio Wagner da Silva - Poesia é só inspiração ou também trabalho duro? Na sua opinião  meu Caro?

Mauricio Garcia  - Eu sinto a poesia como essência que liberta o ser, porque a inspiração é libertação, no entanto, o que se diz dureza em poesia é beleza da arte quando bem feita, bem sentida, bem criada, bem vivida. Não há trabalho no que se faz com amor e prazer. É o que sinto quando vivo poesia!

Claudio Wagner da Silva - Penso também nesses termos meu Caro obrigado pela resposta

Sóter José - Isso quer dizer que os versos livres não são maduros e seus autores não são responsáveis?

Mauricio Garcia - Olá Sóter, não deixei de escrever versos livres não, continuo a escrevê-los sim, assim mesmo quando aprendi a técnica da poesia metrificada quando terminei o curso de Letras, o detalhe é que eu tinha o dever a obrigação enquanto poeta de saber e conhecer e fazer um soneto em decassílabo ou em versos alexandrino e saber e fazer também que o Hai Kai tem a sua métrica, como certa vez, disse Mário Quintana a um aprendiz de poesia que era necessário saber. e acredito que sabes o estilo de Quintana,

Sóter José - O próprio Quintana eternizou-se pelos poemas-prosa.
a rigidez dos hai-kai, 17 sílabas, 3 versos independentes e uma unidade final,
termina, em português, por limitar o poema em vários aspectos, não acha?

Mauricio Garcia - Para uns há limitação para os haikaistas há expansão e infinitude. Também pensava assim com relação a Literatura de Cordel, mas os que vivem essas técnicas sabem os valores e poder que é ser poeta nessas linhas. Assim como também sou admirador da poesia concreta, da poesia visual e poesia livre de Oswald de Andrade e tantos outros. Tenho livro de poesias nesses estilos.

Sóter José - Parabéns. Debate virtual é democrático: todos tem espaço para se manifestarem e questionarem suas duvidas, e o objeto do debate tem como se expressar da sua melhor forma por meio de textos e não de falas. Gostei.

Eva Guarani-Kaiowá Potiguar - Garcia, você é o que podemos chamar de "Show Man"!  Poucas pessoas conseguem expressa poesia com Tanta originalidade e ao mesmo tempo, conciliar diversos gêneros com humor, cultura e popular sensibilidade.
Então, para você, o mais importante, o fluir livre da poesia ou as suas regras na literatura?

Mauricio Garcia - Olá, amiga! Obrigado pela presença nessa virtualidade de universo. Bom, eu navego por ambas vertentes por ser humano há algumas regras que não tem como quebrar, mas quanto poeta, a regra poder ser quebrada a qualquer instante, e isso é o que me faz ser livre poeticamente. Vejo isso apenas como um ensejo de vida que irá se transmutar a qualquer hora,

Eva Guarani-Kaiowá Potiguar - Adorei a confirmação de que você também quebra regras, como um pássaro de voo livre!! 

Mauricio Garcia - O pássaro na minha concepção vive a sua própria regra inata é o que todos deveríamos fazer, mas as con(in)venções nos ceceiam essa realidade passarinho! Por isso, somos poetas.

Tonha Mota - Poeta Emecê como acontece a sua inspiração flui naturalmente? Ou tem uma hora especial que você sente mais inspiração?

Mauricio Garcia - Olá Tonha, obrigado! Quanto a minha inspiração ela é muito complexa. Ora acontece a inspiração junto com a transpiração. Ora a transpiração é pura inspiração; não tem hora, nem local nem dia, quando quero escrever escrevo, aí pinta a inspiração.

Gonçalves Júnior - Boa noite. O ilustre poeta, em "Meus haicais a uma flor", cita jardim, pássaro, colibri, borboleta, beija-flor, criando belas imagens... Tais imagens são recorrentes em outros poemas? Qual a importância dos haicais para a sua obra? É mais difícil fazer cordel ou haicai?

Mauricio Garcia  - Olá, Gonçalves! Obrigado! Sim, sim o hai kai tem esse poder imagético e gosto muito de escrevê-los, porém não me considero um haikaista, nem um cordelistas, nem trovador e sim um simples poeta; procuro dar em meus poemas uma imagem da vida e do mundo que nos cerca; é assim que os vejo meus poemas. Para mim todos os estilos permeiam a minha obra: o verso livre, a trova, o poesia concreta e visual. Quanto à dificuldade se dá quando não se tem o domínio da técnica, assim sendo tanto o cordel, quanto o hai kai exigem que sejam metrificados.

Gonçalves Júnior - Algum tema é recorrente em sua obra?

Mauricio Garcia  - Eu não me prendo a tema, mas percebo que o social, o filosófico, o político e o cristão permeiam a minha obra com ênfase ao feminino em contradição ao machismo.




Emecê Garcia explanando sobre suas obras
Parte do público assistindo a explanação
Poetisa e Profa. Apresentação Oliveira
Poeta José de Castro
Poeta Paulo Caldas
Poetisa Fátima Bezerra
Poeta e Fotógrafo Evaldo Silva
Poeta Aldemir Laurentino
Poetisa e Contadora de Histórias Dorinha Timóteo
Poeta Marcos Campos
Poetisa Clécia Santos
Poeta Cláudio Wagner
Poetisa Janaína Leite
Poeta e ator Sandanberg Oliveira
Poetisa Arlete Santos
Parte do Público
Escritor Rubens Azevedo
Público como um todo