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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ENTRE OS VERMES, O HOMEM


Não se pode comparar
O homem sequer ao verme
O ser no seu degradar
Só a si mesmo se serve

Entre o homem e o verme
Há semelhança animal
Um que sabe e escreve
O outro, ir-racional

Às coisas da natureza
Inexistem a difama
O homem é pura crueza
Se finda: escória e lama

Ó, natureza cruel
É a da humanidade
Morte, parece-lhe mel
Desde a primitividade

Mesmo abaixo de mim
Parecendo sem valor
O verme espera o meu fim
Do crápula ao doutor

Dizem que o animal
É bicho inferior
Homem é universal
Até no seu desamor

Os vermes sempre são vermes
O homem sempre é homem
Mas estes tiranos germes
Todos os vermes os comem.

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